segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Morreu Outubro

Aquando da morte de Outubro, Novembro decidiu revelar o ensaio crítico que elaborou acerca daquela pessoa, avaliação efectuada ainda a meio de Setembro.
Crítico factual. Nunca destrutivo.

Prestamos-lhe assim homenagem com a transcrição dessas palavras:

"Outubro é um pai que regressa.

Fugido de amores furtuitos,
volta para os braços da mulher.

E de mais quem quiser.

Tem pirralhos que chamam por ele,
gritam por atenção.
O pai abraça-os a todos e suplica por perdão.

De dentro do seu fato,
impecavelmente engomado,
ainda bate um coração.

Conta histórias à noitinha,
embala os filhos na lareira.
Dorme a noite inteira.

E assim é Outubro,
pobre homem envergonhado,
enfim perdoado."

Morreu Setembro

Aquando da morte de Setembro, Outubro decidiu revelar o ensaio crítico que elaborou acerca daquela pessoa, avaliação efectuada ainda a meio de Agosto.
Crítico factual. Nunca destrutivo.

Prestamos-lhe assim homenagem com a transcrição dessas palavras:

"Setembro é um caso mal resolvido.

Não é carne nem peixe,
não é homem nem mulher.
É um ser híbrido, muito mole.

Nunca tem opinião,
nem aprendeu a dizer não.
Dizem que vive a vida assim.

Torna-se aborrecido só de saber que existe.
Só dá pena a incerteza e saber que vive triste,
numa capa de pêlo sem forma nem feitio.

Dizem que não se decidiu.

E assim é Setembro,
na sua eterna questão,
sem qualquer opinião."